Como funciona a reciclagem
• Garrafas plásticas, dessas de refrigerante e água mineral, podem ser transformadas em roupas, móveis, brinquedos, bijuterias, telhas e madeira plástica.
• Latinhas de alumínio viram novas latas de alumínio ou folhas de alumínio que podem ser reaproveitadas de várias maneiras.
• Embalagens longa vida, compostas de 80% de polietileno e 20% de alumínio, podem ser transformadas em telhas e placas para a construção de móveis e imóveis e materiais plásticos dos mais variados.
• Óleo de cozinha pode ser reciclado em resina para tintas, sabão, detergente, glicerina, ração para animais e biodiesel.
• Papéis como impressos em geral, jornais, revistas, papel de fax, papel-cartão e papelão podem se transformar em papel artesanal ou reciclado industrial e em objetos como fruteiras, cadeiras, mesas, bancos e aparadores de prato.
• Vidro é transformado em vidro (no Brasil, 46% das embalagens de vidro são recicladas).
• Aço é transformado em material de construção ou em folhas usadas na carroceria de automóveis.
• Lixo orgânico (restos de alimentos) pode ser transformado em adubo, biocombustível e energia.
É muito difícil um produto reciclado ser exatamente do mesmo material original a partir do qual ele foi reciclado. Garrafas plásticas, do tipo PET, por exemplo, podem ser transformadas em outras garrafas, mas não com a finalidade de armazenar alimentos ou bebidas. Em vez disso, as garrafas plásticas recicladas podem ser usadas para produtos de limpeza. Quando um bem reciclado é mais barato ou mais frágil que o produto original, é conhecido como bem de ciclo inferior ou descendente. Quando ele é transformado em algo mais valioso que o produto original, é conhecido como bem de ciclo superior ou ascendente. Um exemplo de bem reciclado ascendente são os móveis artísticos feitos de garrafas PET ou jornais.
No Brasil estima-se que apenas 0,8% do lixo jogado fora seja reciclado. Mas há países nos quais esse índice chega a 40%. O sucesso da reciclagem se deve à aceitação do grande público, ao crescimento da economia da reciclagem e às leis que exigem coletas recicladas ou forçam o conteúdo reciclado em determinados processos de manufatura.
Os próprios aterros sanitários também podem ser reciclados. Nos EUA, um aterro sanitário foi coberto com terra, plantado com vegetação e transformado em campo de golfe. Na Alemanha, o gás metano liberado pelo lixo em decomposição nos aterros é utilizado para produzir energia.
Ainda que algumas razões pelas quais reciclamos o lixo sejam econômica, a maioria delas é ambiental. Uma delas é reduzir a quantidade de lixo enviada para os aterros sanitários e, consequentemente, diminuir a quantidade de aterros. Outra é reduzir a poluição provocada pelo chorume dos aterros. Os muitos produtos químicos lançados nos aterros e as substâncias resultantes da decomposição do lixo se misturam em um caldo tóxico conhecido como chorume – altamente poluente e criado em enorme quantidade. O chorume pode vazar do aterro e contaminar lençóis freáticos.
Fabricar um produto novinho em folha sem nenhum material reciclado causa o esgotamento de recursos naturais no processo de manufatura. Muitos processos de reciclagem requerem menos energia do que os fabricantes precisariam para fazer o mesmo item novinho em folha. Análises econômicas mostram que a reciclagem pode ser três vezes mais rentável por tonelada do que aterros, bem como gerar quase seis vezes o número de empregos.
No Brasil, as cooperativas de catadores de lixo têm papel fundamental na cadeia de reciclagem. Além de ser as grandes responsáveis pelas estatísticas de reciclagem do país, elas funcionam como centros de reabilitação social e promoção de cidadania, possibilitando a geração de renda para uma parcela da população – de 300 mil a 1 milhão de catadores em atividade no país – socialmente excluída e sem instrução.